Fileteado Portenho: Buenos Aires desenhada!
Quem já veio a Buenos Aires deve ter reparado em um tipo de letra (ou desenho) que está por toda a parte. É o chamado “fileteado portenho”, uma técnica pictórica que é uma das melhores traduções da cidade. Grosso modo, pode-se considerar o fileteado um parente sofisticado das decorações das carrocerias dos caminhões brasileiros. Também começou nos carros e com frases cunhadas na sabedoria popular.
Infelizmente há poucos registros oficiais do início desse trabalho na Argentina. Entre os pioneiros do fileteado portenho estão três italianos - Cecilio Pascarella, Vicente Brunetti e Salvador Venturo – que começaram a pintar com cores as laterais das carroças que eram usadas para entregar produtos, no final do século XIX (e que até então eram cinza) e separá-las com uma linha fina de cor mais intensa ou constante, o que chamamos hoje de filete. Depois, passaram para os carros e ônibus.
[caption id="attachment_4617" align="alignright" width="300"]A partir daí foi-se criando o repertório específico de desenhos que caracterizam o fileteado portenho: flores, folhas, pássaros, fitas com o azul e branco da bandeira Argentina, bolas, dragões e ainda linhas retas e curvas de diferentes espessuras que vão se mesclando com cenas do campo e personagens populares, como a Virgem de Luján e Carlos Gardel.
Na década de 1970, o filete foi proibido por lei porque podia distrair os motoristas. E quase desapareceu. Mas foi justamente esta proibição que levou os filetes para outros suportes.
Diferente do que aconteceu no Brasil, na Argentina a técnica ganhou novos usos. Saiu dos veículos para os cavaletes dos ateliês de arte. Hoje se vê o fileteado por todo o lado, inclusive em roupas e, ultimamente, até na pele. A tatuagem com filete está na super na moda.
[caption id="attachment_4605" align="alignleft" width="300"]
[caption id="attachment_2935" align="alignright" width="356"]
Entre os artistas mais reconhecidos nesta técnica estão o polonês León Untroib (morto em 1994). Da geração atual, Martiniano Arce e, mais recentemente, Alfredo Genovesi, que está fazendo uma revolução no uso comercial do filete, trabalhando para grandes marcas, como Nike e Coca-Cola.
Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o tema pode visitar o Museu e Bar do Filete, no térreo do Museu da Cidade, em San Telmo (Defensa 217). É um lugar super simples, mas que ainda assim vale a pena parar para um café ou almoço (pratos do dia super econômicos) e apreciar o trabalho de mestres como Luis Zorz e León Untroib, entre outros. O acervo exibido era de propriedade da Galería Wildenstein e foi doado ao Museu da Cidade em 1971.
Outra dica é o Passeio do Fileteado, na rua Jean Jaurès, na altura do número 700 (entre Zelaya e Tucumán), onde seis fachadas foram pintadas com esta técnica em 2003 por vários artistas portenhos. Para quem se interessa pelo tema, há muitos livros sobre fileteado
Autora: Gisele Teixeira. Brasileira, jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Maria e “cidadã do mundo” como se auto descreve. Autora do blog Aqui me Quedo, vive em Buenos Aires há cinco anos. É jornalista e também professora de tango formada pela Centro Educativo del Tango de Buenos Aires. Apaixonada pela dança portenha, Gisele é nossa blogueira convidada para contar quinzenalmente um pouco mais do tango, suas técnicas, regras e outros segredos! Para ler outros textos de Gisele visite o Aqui me Quedo.
-
Excitante rota 4x4: São Luís e FortalezafromUS$1,014
-
Vila Galé Marés Resort All InclusivefromUS$100
-
Ecoturismo na Chapada DiamantinafromUS$672
-
Pacote All Inclusive Vila Galé Cumbuco ResortfromUS$999
-
Excursão Lagos e Cavernas de 4x4 no CalafatefromUS$155
-
Excursão a Cafayate saindo de SaltafromUS$68
-
Traslado Aeroparque - Buenos AiresfromUS$46
-
-
Traslado Ezeiza - AeroparquefromUS$91
-
-
Excursão a El Chaltén saindo de El CalafatefromUS$153
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Experiência Gaúcha em Buenos Aires: Dia na Fazenda Santa SusanaClassificação:94% of 100fromUS$204
-
-
-
-
-